quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A solitude pós-calmaria


Era como se fosse o sono após a tormenta, o abraço. Ele havia esperado tanto. Agora, longe, ele sentia o quanto fora recompensante, ele havia mudado o seu dia, quiça, sua semana. Um simples abraço, simples, mas cheio de medos, angústias e, ao fim, depois do aperto, a paz. 

Tentava, sem sucesso, coitado, lembrar do cheiro que havia sentido. Aliás, não havia cheiro. Ele queria, de todas as formas, lembrar de algo que marcasse: o calor, o aperto, o cheiro. Mas não, nada disso, pelo menos naquele momento, lhe vinha à memória. Que droga, era o que ele mais queria. 

Se nada além daquela sensação lhe vinha à mente, o que ele poderia fazer? Sentou no chão frio e chorou. Minutos disfarçados de horas correram, transcorreram da mesma forma que o choro, com dor e sem nenhuma complacência. O tempo não tem paciência para quem chora. 

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